Polén das flores aumenta incidências de alergias e tempo seco da estação contribui com a proliferação dos vírus e favorece o surgimento de doenças infantis
O pólen é formado por micropartículas liberadas pelas flores, invisíveis a olho nu. É tão importante na cadeia produtiva da natureza porque é o alimento das abelhas. Sem a comidinha colhida de flor em flor, elas não sobrevivem. É assim que aprendemos nas aulas de biologia.
E, no cotidiano, só lembramos do pólen na primavera. É que o pó amarelo está mais presente no ar na estação dos jardins floridos e causa alguns desconfortos em quem é mais suscetível a alergias. Com o clima mais ameno, as micropartículas encontram as condições ideais para desencadear processos alérgicos como rinites, conjuntivites e alergias de pele.
Mas o pólen não é o único “vilão” da primavera. Ela também abre espaço para as doenças virais. As enfermidades surgem principalmente devido ao aumento da temperatura, tempo seco e outros agravantes. Por isso, essa estação exige alguns cuidados especiais para a manutenção da saúde e do bem-estar. E este é tema do post de hoje: as doenças mais comuns da primavera.
1.Rinite
É a reação alérgica ao pólen e outros micro-organismos presentes no ar. Por isso, as vias respiratórias são a parte mais afetada no corpo. O nariz escorrendo e as coceiras nos olhos são os primeiros sintomas da rinite. Como ouvido, nariz e garganta estão interligados, todas essas partes podem ser afetadas. Outros sintomas são a dificuldade para respirar, dormir e engolir.
Para se livrar dos incômodos da rinite a solução é evitar o contato com as substâncias que provocam a alergia. Mas não é fácil manter uma criança dentro de casa, longe das brincadeiras. Alguns cuidados preventivos auxiliam na prevenção, como lavar a cavidade interna do nariz com soro fisiológico diariamente. Se os sintomas aumentarem ou persistirem, procure um pediatra, médico de família ou de referência.
2.Conjuntivite
É uma irritação no interior das pálpebras e na membrana externa do globo ocular. O sintoma mais comum é a vermelhidão nos olhos, que vem acompanhada por coceira e uma sensação de que há “areia” na região ocular. É provocada pelo contato do alérgeno (pólen) com os olhos e, quanto mais a criança coça, mais coceira sente.
Assim como a rinite, a conjuntivite também pode ser prevenida com uma rotina de cuidados extras. Lavar rosto e olhos pelo menos três vezes ao dia, com soro fisiológico, impede que as partículas de pólen entrem em contato com a região. É recomendado procurar um pediatra ou médico de família para verificar a necessidade de utilizar antialérgicos e colírios específicos. Evitar o contato entre as crianças durante o período de contaminação também é importante.
3.Catapora
É uma doença contagiosa causada pelo vírus varicela-zóster. O contágio é muito fácil: acontece por meio da tosse ou espirro. A doença leva entre 10 e 21 dias para se manifestar, por isso é muito comum que várias crianças apresentem os sintomas ao mesmo tempo: febre, mal-estar e perda de apetite. A principal característica da catapora são as bolhas vermelhas na pele, que coçam bastante.
A vacina da catapora faz parte da dose tetravalente viral, aplicada em crianças entre 15 meses e dois anos de idade. Uma criança imunizada está protegida contra a doença. Se seu filho apresentar os sintomas, busque ajuda médica e evite o contato dele com outras crianças.
4.Rubéola
O vírus da rubéola é transmitido pela saliva ou secreção nasal pelo simples contato. Os sintomas são agudos e a doença é altamente contagiosa. Os sintomas são febre alta, dores no corpo e na cabeça e as primeiras manchas vermelhas aparecem no rosto antes de se espalharem por todo o corpo. Pode ser confundida com catapora ou sarampo – o diagnóstico médico é essencial para dar o tratamento adequado.
A vacina tríplice viral, aplicada em crianças aos 15 meses de vida, protege contra a rubéola, o sarampo e a caxumba. Por isso é essencial manter a carteirinha de vacinação em dia e evitar o contato do seu filho com crianças infectadas pelo vírus.
5.Sarampo
Doença viral transmitida pelo ar, especialmente entre as crianças, que são mais suscetíveis ao contato. Os principais sintomas são lesões avermelhadas na pele, febre alta e conjuntivite. As lesões formam bolinhas que se juntam, provocando coceira e irritação.
O sarampo estava erradicado no Brasil, mas no ano passado um surto voltou a preocupar médicos e pais. A vacina é única forma de evitar a doença, mas além dela, alguns cuidados são bem-vindos. Ficar atento ao contato com outras crianças com suspeita da doença e reforçar a higiene de mãos, pés e boca são medidas auxiliares. No surgimento de qualquer sintoma, é indispensável procurar o médico da família ou de referência.
6.Roséola
Infecção causada por vírus, de fácil propagação. O primeiro sintoma da doença é a febre alta. Em seguida, surgem erupções na pele e inchaço nos gânglios do pescoço. Crianças de até três anos estão mais expostas à contaminação.
A infecção acontece no contato com outras crianças doentes e não há vacina para a roséola. Durante o período de transmissão, é preciso evitar esse contato. Lavar as mãos com frequência e observar a febre que perdura por mais de dois dias é essencial para evitar que a doença afete outras crianças ou pessoas da família.
7.Escarlatina
Causada por uma bactéria, se propaga facilmente entre crianças, principalmente em ambientes fechados e com grande circulação de pessoas, como ônibus e escolas. A transmissão é feita pela saliva (tosse ou espirro). São mais suscetíveis aquelas que têm infecções na faringe, causadas pela mesma bactéria da família Streptococcus. O sintoma mais comum são manchas avermelhadas na pele, começando na língua e ao redor da boca. A escarlatina também pode causar febre, dor de garganta e prostração.
Orientar as crianças para não colocarem as mãos na boca e mantê-las sempre lavadas após as brincadeiras. Se o seu filho for passar muitas horas fora de casa, deve estar sempre acompanhado de um kit com roupas, talheres e toalhas individuais. Compartilhar esses itens de uso pessoal ajuda a transmitir a escarlatina.
8.Caxumba
Causada também por um vírus, a caxumba é uma infecção aguda e contagiosa, transmitida por vias respiratórias. O contato com crianças infectadas é suficiente para que seu filho também fique doente. Por isso, preste atenção aos seguintes sintomas: inchaço e dor nas glândulas salivares, geralmente visível a olho nu, febre alta, perda de apetite e dor ao engolir.
A caxumba é uma das doenças prevenidas pela vacina tríplice viral. Na dúvida, procure um pediatra ou médico de família.
Como vimos, muitas doenças da infância apresentam sintomas parecidos. Febre, dores no corpo, vômitos e prostração são comuns até mesmo em quadros de gripe e intoxicação alimentar. As manchas no corpo também aparecem em diversas patologias, como sarampo, catapora e roséola. O que muda é a região afetada, o vírus causador da doença e, claro, o tratamento. Por isso, se o seu filho apresentar mais de um sintoma ao mesmo tempo, com febre alta que dura mais de um dia, procure ajuda. Somente o médico pode diagnosticar o quadro e indicar o tratamento mais adequado para o tipo de vírus.