Não basta medir

Para ter uma gestão de alta performance é necessário saber o que importa na análise de indicadores para construir um modelo de gestão sólido e um planejamento estratégico alinhado com os interesses do cliente e do mercado; todas essas transformações passam por mudanças na forma de liderar

Os KPI’s (Key Performance Indicator) foram aliados dos gestores no século passado e ganharam uma importância ainda maior na atualidade. As lideranças enfrentam um cenário de mudanças intensas e abruptas e os resultados no negócio precisam ser medidos constantemente para que decisões assertivas sejam tomadas em meio às turbulências.

Quem nos acompanha por aqui já leu sobre a importância dos dados para a gestão de alta performance. E, no post de hoje, vamos falar sobre como os gestores podem descobrir seus KPI’s e a importância de recorrer a tecnologias – como machine learning – para desvendar quais os fatores de sucesso que não podem ser ignorados na hora de desenvolver o planejamento estratégico. São as métricas que devem orientar as ações e não aquilo que costumamos chamar de data feeling: informações originadas da intuição e sem um embasamento e com provas concretas. 

A capacidade de descobrir KPI’s num ambiente de incertezas, como vemos neste século 21, é um dos maiores desafios dos líderes. O grande erro dos executivos é olhar para a ferramenta ainda sob a ótica do século 20, quando era usada como instrumento de controle. Ao contrário, no novo contexto, o KPI deve ser encarado como uma solução que remete ao aprendizado. 

Silos 

Ainda é comum nas empresas a definição dos KPI’s em cada departamento, de forma isolada: a área de negócios é responsável pelos indicadores de vendas, o setor de TI fornece dados sobre a entrega de projetos e o marketing fornece informações sobre a imagem da marca no mercado. Desta forma, quem está lá no andar de cima, formulando a estratégia, acredita que a soma de todos esses resultados é suficiente para elaborar um planejamento adequado. No entanto, para os especialistas, separar os KPI’s em silos é um comportamento ultrapassado, que não condiz com a tomada de decisões num cenário econômico permeado de instabilidades. 

Afinal, o cliente de todos os silos que formam a organização é o mesmo e está lá fora esperando pelo melhor atendimento possível. Sem uma visão sistêmica e multifuncional da organização, a empresa irá andar mais devagar que as forças do mercado e não conseguirá suprir os desejos, as necessidades e os anseios do consumidor moderno. 

Pesquisadores na área de gestão defendem que a falha dos executivos está na dificuldade de descobrir, num emaranhado de métricas, quais são realmente as corretas, capazes de definir novos KPI’s. Outro erro comum é mudar as métricas para um contexto digital para medir a implementação de tecnologia. 

Para os autores que estudam a fundo a área de gestão, os gestores que estão à frente da transformação digital devem manter o foco em seus objetivos de negócios e criar um portfólio de KPIs que caminhe em direção às prioridades estratégicas da empresa. Nas economias de capitalismo tardio, como a brasileira, a transição para o digital está sendo feito em ondas mais curtas e não de forma alongada. Isso significa que, quando conseguem dominar um framework, já precisam virá-lo do avesso. 

Top-down X bottom-up 

Apesar de estarem mais organizadas de maneira multifuncional, as empresas brasileiras continuam dividindo os KPI’s em silos. Para especialistas, é mais fácil desenhar um squad e aumentar o orçamento de tecnologia, do que alterar o indicador, o que implica em remodelar o sistema de gestão e o modelo de liderança vigentes. 

Quando os fatores concretos permanecerem em top-down – como se fazem os budgets, como se mede desempenho, como se tomam as decisões – a mudança não vai funcionar.

O sistema deve primar pelo bottom-up, ou seja, a liderança sênior define grandes ambições e projetos, e os guard-rails, o restante, fica a cargo das equipes. Elas devem ter total autonomia, a começar pelos KPI’s. 

Diminuir os KPI’s 

A implementação de um modelo de gestão ágil está atrelada à chefia. Isso significa que para transformar o modelo de gestão é inevitável alterar o modelo de liderança, além de investir na transformação digital. 

Todas essas mudanças dependem de diminuir o número de KPI’s e é quem está no posto de comando que deve defini-los. Não há como avaliar os dados fornecidos por centenas de KPI’s. E são as lideranças seniores que conseguem dar autonomia para os times e criar KPI’s multifuncionais e dividi-los em áreas como: financeira, cliente, times e da sociedade, por exemplo. 

Reformulação

Na teoria, parece fácil. Mas muitas empresas precisam de suporte técnico para rever seu sistema de gestão e colocar tudo o que sugerimos neste post em prática. É aí que entra o PAEX – Parceiros para a Excelência. A solução é oferecida pela JValério com a chancela da Fundação Dom Cabral, que está entre as dez melhores escolas de negócios do mundo (a única brasileira), segundo relatório da Financial Times. 

O PAEX é dirigido para empresas de médio porte que desejam melhorar seus resultados e aumentar a competitividade, por meio da implementação de um modelo de gestão integrada, da capacitação dos gestores, do intercâmbio de experiências e aprendizados e da construção conjunta do conhecimento.

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