No Paraná, mais de 30% das crianças até cinco anos ainda não foram imunizadas contra a paralisia infantil; a vacinação é oral e deve ser aplicada em várias doses
Outubro é o mês das crianças e é uma ótima oportunidade para conscientizar os pais sobre a importância da vacinação infantil. No último mês de setembro, o Ministério da Saúde realizou uma campanha para imunizar os pequenos contra a poliomielite e, apesar de todos os esforços das autoridades de saúde, a meta para a cobertura vacinal não foi cumprida.
No Paraná, apenas 128 municípios alcançaram a meta e em torno de 67% da população infantil foi vacinada contra a paralisia. Os pais ainda podem imunizar as crianças menores de cinco anos nas unidades básicas de saúde. As gotinhas contra a polio fazem parte do calendário anual de vacinação e estão disponíveis gratuitamente nos postos da rede pública.
Desde 1989, quando surgiu o último caso, a poliomielite está erradicada no País. No entanto, devido à baixa taxa de vacinação que previne a doença, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) fez um alerta em setembro de que a polio poderia voltar a ameaçar as crianças brasileiras. República Dominicana, Haiti e Peru também correm risco muito alto de retorno da paralisia infantil.
O vírus da polio
O vírus causador da paralisia infantil é o poliovírus (sorotipos 1, 2, 3), que pode infectar crianças e adultos por via fecal-oral – por meio do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas. A doença pode ocasionar imobilidade ou enfraquecimento de braços, pernas ou ambos, levando a graves sequelas.
A multiplicação da carga viral inicia na garganta ou nos intestinos, locais por onde o vírus penetra no organismo. Dali, alcança a corrente sanguínea e pode chegar ao cérebro. É aí que o poliovírus se torna grave: quando ele ataca o sistema nervoso, destrói os neurônios motores e provoca paralisia flácida em um dos membros inferiores.
Além de causar a paralisia, a doença pode levar os contaminados a óbito se as células dos centros nervosos que controlam os músculos respiratórios e da deglutição forem infectadas.
A vacina é a melhor forma de prevenir a poliomielite. E as gotinhas (vacina oral) devem ser aplicadas aos 2, 4, 6 e 15 meses de idade. Até os 5 anos, as crianças devem receber doses de reforço anualmente.
Sintomas
O período de incubação do poliovírus varia de 5 a 35 dias, com mais frequência entre 7 e 14 dias. Em grande parte dos casos, os contaminados pelo vírus podem ser assintomáticos. No entanto, esse fator não impede sua transmissão, pois o vírus é eliminado pelas fezes e pode contaminar a água e os alimentos.
Quando se manifestam, os sintomas variam conforme a gravidade da doença. Se não houver a paralisia, os sinais de infecção são parecidos com outras doenças virais. Os sintomas são: febre, sensação de mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez na nuca e meningite.
Mas se o vírus atingir as células dos neurônios motores, além desses sintomas, instala-se a flacidez muscular que afeta, em regra, um dos membros inferiores.
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado por meio de sinais clínicos e em exames laboratoriais de fezes para pesquisa do vírus. Também são importantes o exame do liquor, dos anticorpos da classe IgM e a eletroneuromiografia.
Medidas de prevenção
Além da vacina, que é a mais eficaz, algumas medidas podem ser adotadas para evitar a proliferação do poliovírus, como: saneamento básico; usar somente água tratada para beber e preparar alimentos; e desenvolver nas crianças hábitos de higiene como lavar as mãos depois de ir ao banheiro e antes das refeições.
A vacina é um ato de amor! Engaje-se nesta causa e mantenha a carteirinha do seu filho atualizada! Prevenir é sempre o melhor remédio.