A tecnologia e a transformação do ambiente de negócios

Num cenário disruptivo, a revisão do planejamento estratégico deve ser constante para a construção de um modelo de gestão de negócios inovador e conectado com o novo comportamento do consumidor  

A inovação é pauta dos autores que escrevem sobre estratégia de negócios há 25 anos. Michael Porter, na obra “Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência”, defendia que a inovação seria top-down. Já Clayton Christensen, autor de “Innovator´s dilemma”, apresentava uma visão antagônica, da inovação bottom up, com disruptores começando a ameaçar as empresas dominantes por baixo, conquistando espaços em mercados que até então não estavam no radar daquelas organizações. Mais tarde, W. Chan Kim e Renée Mauborgne trouxeram uma atualização para o bottom up no livro “Blue Ocean”. Nele, citavam cases de inovadores que não pensavam nos produtos e competidores tradicionais, mas exploram novos mercados. Um deles é o Cirque du Soleil, que mudou a concepção dos circos tradicionais e sacudiu o segmento de espetáculos circenses.

Na contemporaneidade, vivemos em uma nova era, onde as mudanças são constantes e abruptas para se adaptar a um cenário de imprevisibilidade. Novas tecnologias mudam a dinâmica dos negócios diariamente. A inovação vem de todos os lados: das startups, de empresas do mesmo setor ou de outras organizações de segmentos diversos.

A cartilha de Michael Porter pode até ser usada para a elaboração de um plano estratégico que está fadado a cair por terra porque precisa ser atualizado rapidamente para acompanhar a velocidade das mudanças. Nem Christensen que propõe a arrancada para novos mercados previa transformações tão repentinas. Até o conceito de Blue Ocean ficou ultrapassado diante de um ambiente de negócios disruptivo.

A regra do jogo mudou completamente e para se manterem vivas na partida as empresas precisam se preparar para atuar num cenário conturbado. A instabilidade do mercado é a única certeza dos gestores da atualidade. O desafio agora é conciliar dois papéis: otimizar as ações do presente e se reinventar constantemente.

“A formação continuada se mostra como uma alternativa para as lideranças, que precisam aprender todos os dias para se preparar para as transformações do ambiente de negócios. E é preciso ter foco e disciplina para se manter atualizado num cenário disruptivo para a empresa não perder o bonde. Além disso, as iniciativas das organizações precisam ser interligadas para que tragam bons resultados”, avalia Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Desenvolvimento.

E manter-se atualizado sobre novas tecnologias e metodologias ágeis de gestão não é suficiente. O fator humano também deve estar no centro da estratégia, na visão de Oliveira. “Os talentos precisam ser motivados para que estejam comprometidos com o propósito. Além disso, a resiliência é uma competência que precisa ser desenvolvida para que líderes e liderados saibam cair e levantar e lidar com acertos, erros e críticas durante a jornada. Afinal, em cenários de fragilidade e incertezas a reinvenção deve ser constante. A experimentação deve fazer parte da rotina da organização para que encontrem alternativas para baixar custos, testar novos processos e construir um modelo de negócio escalável”, reflete o diretor executivo da JValério.

Um novo mercado

Nos últimos anos assistimos a transformações intensas que vieram para ficar: a regulamentação da telemedicina modificou a estrutura as empresas de saúde; o ensino a distância se consolidou e derrubou as barreiras físicas da aprendizagem; a regularização, por lei, do trabalho a distância mudou a forma de trabalho; e a digitalização dos negócios foi acelerada.

A tecnologia permitiu até mesmo a mudança do conceito de propriedade: O Uber está aí para provar que para usar um carro você não precisa ter um. E esse é apenas um exemplo da prosperidade da economia compartilhada e da nanoeconomia, que permite que profissionais encontrem trabalho e exerçam sua função sem precisar sair de casa.

Tudo isso mudou a forma como as pessoas se comunicam e moldou um novo comportamento do consumidor. Vivemos num mundo hiperconectado e os smartphones se tornaram as novas vitrines na era do comércio eletrônico. As empresas precisam ser mais funcionais e apresentarem facilidades para os clientes na hora da compra. Apenas as organizações que entenderem e incorporarem todas essas mudanças se manterão competitivas.

Olhar vanguardista

Nunca foi tão complexo desenhar um planejamento estratégico num mundo volátil e ambíguo. E, para sobreviver num ambiente de negócios tão desafiador é necessário identificar três “tipping points” interdependentes, mas que devem ocorrer simultaneamente para provocar a disrupção do negócio: a tecnológica, a cultural e a regulatória.

Tecnologia – Evolui e muda exponencialmente e dá asas às empresas para que alcancem novos horizontes. A computação em nuvem mostrou para as organizações que o céu é o limite para crescerem. A consumerização da tecnologia tornou os equipamentos eletrônicos como um meio básico para comunicação e interação. A tecnologia também é democrática e contribuiu com a globalização à medida que hoje qualquer pessoa é capaz de se conectar a redes globais de conhecimento.

Disrupção cultural – A tecnologia interfere na criação de novos hábitos. O Facebook instalado em um aparelho eletrônico tornou o mundo todo participante de um Big Brother. Nas redes sociais mostramos como é nosso cotidiano e compartilhamos nossa intimidade, que antes era reservada a nosso círculo de amigos e familiares. As plataformas virtuais provocaram uma mudança cultural.

Questão regulatória – Difere em cada país. As novas tecnologias e novos modelos de negócios estimulam mudanças no cenário regulatório, que precisa acompanhar esse ritmo, mesmo diante de dificuldades para fazê-lo. Os aparelhos regulatórios não previam a chegada de drones, do WhatsApp, Uber e dos scooters, por exemplo.

Para Clodolado Oliveira, sobreviverão as empresas que conseguirem sondar a fronteira digital. “Trata-se de um alvo móvel e veloz. Inovar é acompanhar a evolução exponencial da tecnologia e saber fazer a leitura do mercado: como uma mudança tecnológica irá afetar o comportamento do consumidor? É preciso responder essa pergunta para sair na frente e adaptar o modelo de negócio às mudanças culturais que são cada vez mais velozes”, finaliza.

PAEX

Estar antenado às evoluções tecnológicas e compreender o impacto que elas provocam no negócio nem sempre é fácil. E é neste sentido que a JValério Gestão e Desenvolvimento e a Fundação Dom Cabral se tornam aliadas da sua empresa. Por meio do Parceiros para Excelência – PAEX, preparam as lideranças para potencializar e conquistar a longevidade para os negócios.

O PAEX é um programa para médias empresas e empresas familiares que buscam um modelo robusto de gestão, com a formação de executivos e equipes de alta performance, elevando os resultados de curto, médio e longo prazos.

O objetivo do PAEX é promover uma jornada de transformação. A solução irá proporcionar um aprendizado em rede, ampliando a visão estratégica, aumentando a capacidade dos executivos em resolver problemas e desenvolvendo competências gerenciais, construindo um modelo de gestão orientado à estratégia e aos resultados. 

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